E o nosso futuro?!

Lembro como se fosse ontem, 20 de julho de 1969, tinha exatamente sete anos, o astronauta Neil Armstrong pisava na lua. Aquela cena entrou na minha cabeça, não pensava em outra coisa a não ser me tornar um astronauta. Alguns anos depois, meu maior sonho era me tornar um dos membros da liga da justiça.
Sempre que eu via ou lia algo, que me agradasse muito, já sonhava como seria se fosse comigo se eu fosse um daqueles personagens.
Hoje 38 anos depois, as coisas andam meio distorcidas, os heróis já não são os mesmo, as informações chegam numa velocidade muito maior do que na minha época
Certa vez, vi uma menina de sete anos, virar pra mãe e dizer: -Mãe , quero ser igual a Bebel da novela. O que essa menina vai ter pra vida? Será que ela realmente se tornará uma prostituta ?
Não que eu esteja inferiorizando essa profissão, não, até porque eu já tive que recorrer a elas algumas vezes. Mas todos nós temos que convir que nenhuma mãe quer que a sua filha vire uma prostituta.
Cada dia que passa , vejo mais absurdos nos meios de comunicação. Temos que começar a mudar isso. Se hoje já estamos criando futuras Bebeis, amanhã estaremos criando futuros Osamas.
A onde estão os nossos verdadeiros heróis, que salvavam o mundo das coisas ruins!?

Patrimônio Mundial....

Já fazia um tempo que eu não postava aqui. Mas ontem, sentado num bar, me veio uma luz, uma inspiração para voltar a escrever.
Algumas pessoas acham que os bares de rua (mais conhecidos como pé-sujo; boteco; bunda de fora e etc), são lugares que são freqüentados apenas pela escória da nossa sociedade. Sabemos que muitos ali, não tiveram uma oportunidade boa na vida, e que talvez a única solução para esquecer de que ele talvez seja um merda, é bebendo. E bebendo muito.
Mas não to aqui, para escrever ou julgar alguém que se embriaga para esquecer dos problemas (até porque, eu já cansei de fazer isso).
Eu to aqui, somente para defender a teoria de que todos os botequins do mundo deveriam ser tombados como patrimônio cultural Mundial. Eu como freqüentador assíduo de vários botecos, venho levantando essa teoria.
Não é justo que um lugar onde foi feito para conhecer novas pessoas, falar sobre tudo e todos, ver o futebolzinho de domingo com os amigos, comemorar o aniversario daquela pessoa que acabou de conhecer, mas já é quase íntimo. Tenha uma imagem tão degradada assim.
Certa vez, na minha antiga rua, fui parar pra conversar com um desses bêbados. Nunca pude imaginar que o cara sabia tudo sobre o meu antigo bairro, falou que onde eu morava, há muitos anos atrás lá era um hospício, e que ele freqüentava lá para jogar bola com os internos. Um dia me falaram que bêbado não tinha cultura, é acho que quem me falou isso poderia até ter um certa razão, já que eles não tiveram uma oportunidade melhor do que a nossa. Mas se a gente for parar pra trocar uma idéia, estaremos dando um pouco de conhecimentos pra eles, e assim vice-versa.
Ontem por exemplo, sentei numa mesa onde eu só conhecia uma pessoa. E depois de algumas cervejas já éramos todos amigos quase de infância. Conversamos sobre tudo, o futuro dos nossos filhos, que provavelmente um dia sentarão num botequim para falar do passados dos seus pais, assim como a gente. Sobre espiritualismo , que se a gente está na terra é porque somos seres não evoluídos ( quero ser um ser não evoluído pela eternidade, só pra poder sentar num boteco e fazer novas amizades).
Enfim, será mesmo que os famosos Pé-sujo são lugares marginalizados onde só vão a escória da sociedade?? Acho que algumas pessoas estão precisando tomar uma cervejinha num boteco.